06 novembro 2009

A solidão dos números primos - revista Ípsilon



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"As personagens, Mattia e Alice, são inadaptados. "Sim, são 'outsiders' quase toda a sua vida". Porque é que decidiu colocar na mesma história uma anoréctica e um rapaz que pratica auto-mutilação, como se juntasse todos os "freaks" num só livro? "Tive medo que isso acontecesse. Mas não o decidi". Aconteceu. No livro diz que ter 15 anos é uma idade cruel. Porquê? "Porque foi a minha idade cruel. É a primeira vez que temos que lidar com as coisas não resolvidas da infância. Mas ainda não temos liberdade para as enfrentar e ir noutra direcção. Estamos muito ligados aos pais, a meio do processo de construir a nossa identidade. É uma idade confusa. Foi uma idade de muito sofrimento para mim, por isso considero-a cruel. Mas a maneira como essa dor se expressa é geracional. Os hábitos mudam mas as hormonas da idade continuam as mesmas, acho eu, é biológico."Giordano gosta "de tratar mal as personagens, de as abanar". Optou por não entrar dentro das suas tragédias, por não se envolver emocionalmente. "Foi isto que escolhi. O último passo pode ser dado pelo leitor. Todos sentimos alguma dor dentro de nós."
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Entrevista a Paolo Giordano quando esteve em Lisboa a promover o livro.
Artigo disponível em
http://ipsilon.publico.pt/livros/texto.aspx?id=223400

ou na biblioteca da Escola no suplemento Ípsilon (16 de Fevereiro de 2009)

1 comentário:

Anónimo disse...

Fiquei bastante curiosa quanto a este livro, já tinha ouvido falar dele, pela boca da minha professora de português que mo recomendou, mas não sabia perfeitamente de que se tratava. Espero então arranjar um tempinho para o ler, pois acho que merece tal tempo. Fica a promessa ;) e quando acabar a leitura venho cá deixar a minha opinião.
Cristina Oliveira, 11ºD.