Já
li este livro há algum tempo. No entanto, continua no topo da minha lista de
preferências. Talvez por ser escrito por um homem infelizmente já falecido,
Carl Sagan, que foi, na minha opinião, inteligentíssimo. Ler este livro é fazer
uma viagem. Mas uma viagem pelo Universo inteiro, atravessando galáxias
compostas por biliões e biliões de estrelas, cometas, buracos negros,
supernovas, quasares e muito mais (e seis milhões de benfiquistas, também). Mas
este livro é também uma viagem através do tempo, desde o Big Bang até à
actualidade. Não há, que eu saiba, agência de viagens nenhuma neste mundo que
possibilite uma viagem assim. Só por isso vale a pena. Sagan ensina-nos e
relembra-nos muita coisa. Faz-nos ter a noção do quão pequeninos somos, um grão
de areia na vastidão do Universo (sabiam, por exemplo, que há mais estrelas no
cosmos do que grãos de areia em todas as nossa praias?), e demonstra-nos o quão
especial é o nosso planeta. Um oásis de vida no meio do vácuo e da poeira
estelar. Mas Sagan faz-nos ter esperança, também. Esperança porque somos uma
espécie prometedora, apesar de tudo. E curiosa, muito curiosa. A mais curiosa
de todas a que habitaram o nosso planeta. Para o bem e para o mal. E a
imaginação de Sagan é um prodígio. Através dela imaginamos uma cidade flutuante
na atmosfera de Júpiter, imaginamos a descoberta do fogo pelos nossos
antepassados (que antes comiam tudo cru, os porcos). Sagan leva-nos também ao
antigo Egipto, onde Eratóstenes (quem?) conseguiu calcular o perímetro da Terra
só com um pau, com a ajuda do Sol, de uns camelos, e com muito, mas muito tempo
para matar a cabeça a pensar no assunto. Mas Sagan também nos fala do nosso
maravilhoso cérebro. Compara-nos a computadores e, acreditem, vão ficar
surpreendidos com o resultado. Por último, Sagan aborda um dos temas mais
polémicos de sempre. A vida extra-terrestre. E, segundo ele, não há ainda como
saber se há ou não vida inteligente no Universo. Mas seria uma grande desperdício
de espaço se não houvesse. Resumindo, Cosmos é um livro interessantíssimo. Vai
ser mais apreciado por quem tenha formação em ciências, mas é acessível a todos
o que tenham curiosidade acerca do que nos rodeia, de onde vimos, para onde
vamos, etc... Recomendo vivamente.
Joel, 11º D
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